Marketing de influência, conteúdos mais visuais, realidade virtual e aumentada… Como as redes sociais continuarão nos surpreendendo?
No princípio, tínhamos o Orkut. Depois, veio o Facebook, uma das primeiras redes sociais a obterem sucesso em praticamente todo o planeta. Logo vieram outras, como Instagram, Twitter, LinkedIn e, mais recentemente, TikTok. O que todas elas têm em comum é encorajarem seus usuários a compartilharem o máximo de informações possível sobre sua vida pessoal.
Os incentivos para que as pessoas façam isso vêm por meio de filtros, efeitos, novas funcionalidades e ferramentas de monetização. A promessa é de que, quanto mais os usuários postarem sobre si mesmos e seus amigos, mais satisfatórias serão suas experiências sociais, dentro da plataforma.
O fenômeno do TikTok é um dos mais interessantes a ser observado, nesse sentido. Em 2021, um estudo da Brand Finance apontou que a rede social chinesa foi a marca com o crescimento mais rápido do mundo – seu valor aumentou em 200%, somente no ano passado. Outras plataformas aproveitaram o sucesso desse formato para atualizarem seus próprios aplicativos, na tentativa de se conectarem com o público mais jovem.
Conteúdos mais visuais e autênticos
A tendência para um futuro não muito distante, e que já pode inclusive ser percebida na recente mudança do feed do Instagram, é que as redes sociais devem se tornar cada vez mais visuais, com foco em vídeos curtos. Mais de 56% dos usuários de internet declaram ver vídeos em mídias sociais como Facebook, Twitter, Snapchat ou Instagram – e um em cada três usuários assistem a conteúdo de marcas em vídeo.
Além disso, buscas por meio de imagem e áudio devem substituir as palavras-chave. Até mesmo o sistema de hashtags tende a cair em desuso, já que tem sido mais e mais difícil driblar o shadowban do algoritmo. Mais do que vencer uma batalha contra a programação das redes, as empresas terão que aprender a conquistar uma base fiel de seguidores, que acompanharão seus conteúdos por interesse próprio, não por indicação externa.
Por isso, as mudanças nos perfis comerciais e de formadores de opinião (os famosos digital influencers) devem acompanhar essa onda mais “visual”, levando a uma reformulação das estratégias de marketing e publicidade – já que esses perfis são motores e combustíveis para as mídias pagas.
De acordo com um estudo divulgado pela Emplifi, os gastos de marcas com redes sociais, este ano, tiveram um crescimento de 21% em relação ao mesmo período no ano passado. O valor mensal, gasto com anúncios, foi de cerca de US$ 3,6 mil por marca. Outra constatação é que, apesar do aumento no investimento das empresas em redes sociais, a taxa de engajamento permaneceu estável nas plataformas – com uma média de 32 interações por 1.000 impressões.
Realidade virtual e aumentada
A expansão do Metaverso é outro fator que não pode ser ignorado, quando se pensa no futuro das redes sociais. Afinal, como irá funcionar esse ambiente on-line imersivo e de que forma ele deve impactar a relação das marcas com seu público?
Com elementos que remetem ao conceito das plataformas de videogames, o Metaverso surgiu como um espaço virtual 3D, para conectar os usuários em todos os aspectos de suas vidas, oferecendo oportunidades de interação cada vez mais realistas – “a próxima fronteira” das redes sociais, de acordo com Mark Zuckerberg.
Essas interações não serão apenas para jogos e diversão, mas também para compras e negócios. Isso porque, para muitas pessoas, as redes sociais são importantes ferramentas de trabalho. No Metaverso, um usuário pode fazer uma reunião utilizando realidade mista (com um Oculus VR), realizar contatos pessoais e gerenciar seu portfólio de criptomoedas, tudo pela mesma plataforma.
Novos formatos de anúncios também tendem a ser criados, para que as empresas que investem nas redes sociais possam dialogar com seus públicos de interesse. Serão conteúdos mais imersivos e interativos, apostando em realidade aumentada e virtual (AR e VR), levando os consumidores para espaços simulados e de mixed reality (realidade mista).
Superapps e social currency
A ideia é que as redes sociais se tornem menos ambientes de consumo de conteúdo e mais de pessoas inseridas dentro de contextos. A evolução das plataformas digitais deve levar à criação dos chamados superapps, ou seja, canais de comunicação que reúnem vários serviços em um único aplicativo (como mensagens, compras e delivery).
As agências de marketing e publicidade precisam estar preparadas para essa realidade. “A Vati, nos perfis comerciais de seus clientes, pode ajudar na execução de conteúdos visualmente atrativos, já que contamos com tecnologias de AR e VR, além de engine de games para o Metaverso”, explica Leandro Burti, fundador e presidente da Vati.
O Social eCommerce é outra tendência para um futuro próximo, pois já vem ganhando tração com usuários que acessam as redes majoritariamente por dispositivos móveis. As mídias sociais são perfeitas para que os consumidores saibam mais sobre produtos e se engajem com conteúdos publicitários, especialmente quando os anúncios aparecem tão organicamente no meio de outros conteúdos que eles mal podem ser distinguidos. Vídeos curtos e divertidos serão indispensáveis para as marcas gerarem conversões diretamente pelas redes sociais. Lojas virtuais, que vendem produtos reais ou NFTs, também farão com que as marcas se destaquem nesse cenário.
Os influencers (ou creators) continuarão com forte presença on-line, persuadindo sua audiência para promover produtos, por meio do “marketing de influência”. Esse é um tipo de publicidade que tem como trunfo dar aos consumidores algum controle sobre suas interações. Afinal, as pessoas já acessam voluntariamente os conteúdos de seus youtubers, instagramers e tiktokers favoritos. E cerca de metade dos usuários dessas redes afirma levar em consideração recomendações das pessoas que segue.
O engajamento gerado por influencers, chamado de social currency (ou “moeda social”), será usado para reforçar a credibilidade dos criadores e o alcance das marcas. Cada vez mais, a mobilidade e a personalização serão as forças motrizes por trás das estratégias de marketing nas redes sociais. Para acompanhar a evolução e as transformações das mídias, as empresas precisam agir de forma inteligente na gestão de seus perfis. Afinal, as pessoas não querem mais acompanhar marcas que falam apenas sobre o quanto seu produto é bom, e sim aquelas que oferecem conteúdo relevante, conectado com os interesses particulares de seu público.