Interatividade e gamificação são as chaves para experiências de consumo mais personalizadas e imersivas

 

A maioria das pessoas tende a passar boa parte de seus dias (e noites) em frente à telas. As marcas estão aprendendo a utilizar essa exposição constante às tecnologias digitais para promover engajamento do público com seus conteúdos, ampliando os conceitos de marketing e publicidade muito além das tradicionais campanhas para anunciar produtos.

Para acompanhar a mudança nas interações das pessoas com os anúncios, as plataformas digitais devem ser encaradas como possibilidades de criar novas conexões, novos pontos de contato com diferentes nichos de público. O marketing atual precisa dar ao consumidor autonomia para navegar por conta própria e criar sua experiência pessoal de consumo.

Nesse contexto, entra o game engine, uma estrutura de software criada para o desenvolvimento de videogames. Essa é, basicamente, a tecnologia que possibilita aspectos como jogar ao vivo e interagir com seu game favorito. Em geral, as funcionalidades do game engine incluem rendering para gráficos em 2D ou 3D, detecção e resposta a colisões, suporte para vídeo, animação, som, roteiro, inteligência artificial, streaming, threading, gerenciamento de memória, entre outras.

Game engines foram criados por uma necessidade e um desejo de ir além dos videogames que eram “travados” em hardware, com sistemas pré-definidos – dos mainframes dos anos 1950 até os jogos de arcade dos anos 1970. Foi a evolução das estruturas de game engine que possibilitou trazer os jogos para PCs e consoles, posteriormente democratizando ainda mais o acesso, com o desenvolvimento de games para dispositivos móveis.

O mercado global de game engine, avaliado em 2,18 bilhões de dólares em 2019, tem uma estimativa de crescimento de mais de 13% para os próximos anos. Se as previsões se concretizarem, em 2027 esse mercado deve movimentar perto de 6 bilhões de dólares. Além de ser uma tecnologia em ascensão, ela também é muito versátil, já que um mesmo game engine pode ser adaptado para diferentes jogos ou múltiplas plataformas.

Experiências imersivas e personalizadas

Percebendo as oportunidades abertas pela gamificação e interatividade para intensificar as experiências dos consumidores com as marcas, as agências de marketing e publicidade estão buscando nos games uma forma de aproximar os produtos das pessoas. Afinal, o game engine possibilita criar elementos visuais mais criativos e flexíveis, com os quais o público pode jogar e interagir em tempo real.

“As engines de games permitem dar vida às imagens 3D hiper-realistas produzidas pela Vati. Nesse contexto, o céu é o limite em relação às experiências imersivas e interativas que podemos criar para as marcas, unindo autoria de conteúdo audiovisual e engines de games”, explica Fabio Bottura, copresidente da Vati.

E a evolução é constante: todos os dias surgem melhores processos de rendering, inteligências artificiais ainda mais inteligentes, ferramentas mais customizadas para criação de filmes e de experiências que misturam realidades (realidade aumentada e realidade virtual, por exemplo).

No caso do marketing e do mercado audiovisual, especificamente, o uso de game engines ajuda a potencializar o fluxo de produção de materiais, acelerando a criação de gráficos. Além disso, os games tornam o consumidor um participante ativo da narrativa da marca, ampliando a quantidade de modos com que o produto final interage com seu público – seja por meio de experiências construídas e entregues via web, seja via celular ou plataformas de VR (virtual reality) e AR (augmented reality).

Um dos maiores atrativos do conteúdo gamificado está no fato de que a experiência ativa as emoções e as memórias do usuário. O jogador pode definir sua própria história (dentro dos parâmetros do game), interagir, fazer escolhas. É assim que as plataformas atuais operam e é assim também que elas mantêm as pessoas constantemente engajadas.

Grandes empresas do ramo financeiro têm usado a gamificação para proporcionar melhores experiências a seus clientes, escritórios de arquitetura usam a tecnologia para criar ambientes virtuais, empresas automotivas oferecem visualizações de design de produtos em 3D… as possibilidades são inúmeras. Trata-se de aproximar as marcas dos consumidores e se diferenciar em um mercado cada vez mais competitivo e tecnológico, garantindo uma alta performance.

O game engine também permite analisar a jornada de consumo de seu público, com base no que as pessoas escolhem no jogo. A experiência em um game não é algo isolado, ela provoca uma série de interações, que devem fazer parte de uma plataforma integrada, omnichannel. Quanto mais fácil for para os usuários compartilharem essas criações em suas redes sociais, mais efetiva a ferramenta será como estratégia de marketing.