Saiba como profissionais do marketing e da publicidade podem explorar as tecnologias de inteligência artificial (AI) para personalizar campanhas
Todas as áreas relacionadas a dados digitais estão avançando de maneira cada vez mais rápida. Por isso, para o marketing e a publicidade, a inteligência artificial (artificial intelligence, ou AI) é o passo mais óbvio em direção a um futuro que – em vários aspectos – já chegou. Profissionais do meio publicitário, em especial, e da comunicação como um todo, lidam com informações todos os dias. Eles também sabem que a geração de valor não está nos dados propriamente ditos e, sim, no que se faz com eles.
Mas o que exatamente é a inteligência artificial no mercado publicitário? O termo se refere a uma simulação da inteligência humana em máquinas que são programadas para pensar como as pessoas e imitar (ou prever) suas ações, baseadas nas informações que lhes são fornecidas. De certa forma, elas usam dados para “aprender” com experiências passadas e guiar decisões futuras. No marketing e na publicidade, a ideia é usar essa tecnologia para criar experiências mais personalizadas, escolher corretamente o público-alvo, selecionar os influenciadores corretos para cada marca e planejar estratégias de forma mais rápida e consistente.
De acordo com uma pesquisa recente da Fintech TrueNorth:
- 61% dos profissionais de marketing acreditam que a inteligência artificial já é o aspecto mais importante de suas estratégias de comunicação.
- A atual tecnologia de AI pode melhorar a produtividade de empresas em até 40%.
- 97% dos usuários de celulares utilizam assistentes de voz com inteligência artificial.
O fato é que a AI já faz parte da vida de muitas pessoas. Por isso, utilizar essa estratégia para customizar e direcionar os anúncios pode fortalecer a relação entre uma marca e seu público e melhorar o ROI (Return Over Investment, ou retorno sobre investimento), além de refinar a mensuração de resultados das campanhas.
Inteligência artificial na prática
Para compreender a importância da AI, basta observar como o Google e o Facebook utilizam essa tecnologia. As máquinas “aprendem” quando são munidas de dados. Por isso, as empresas usam o aprendizado da inteligência artificial de duas formas: primeiro, são capturados padrões para entender o que está acontecendo nessas plataformas; depois, as interações entre usuários e anunciantes ajudam os algoritmos a prever de forma mais precisa o que ainda irá acontecer.
No caso de e-commerces, a inteligência artificial transforma os dados disponíveis sobre os consumidores em uma melhor performance para as campanhas. Entre os aspectos que são analisados estão o desempenho de embalagens, a previsão de procura por certos produtos, a otimização dos preços, ou mesmo a criação de propagandas específicas para clientes que podem vir a consumir novamente determinados produtos, com base em compras já realizadas. Nesse contexto, a precisão dos dados acaba determinando o quão efetiva será a campanha. A vantagem dos e-commerces está em poder colher essas informações, fornecidas pelos próprios consumidores, através de ofertas e prêmios, por exemplo.
Já no caso de empresas que não possuem e-commerce, é preciso que exista uma integração entre a inteligência artificial e a fonte geradora de leads. Um exemplo disso seria uma landing page com ativação de AI, contendo subseções com base no mercado, no público e nos objetivos da campanha, e usando layouts dinâmicos para aumentar a taxa de conversão, com a possibilidade de captar dados dessas conversões e prever quais layouts estariam funcionando melhor para determinados públicos. Outra possibilidade seria criar múltiplas variantes de uma mesma landing page, com pequenas diferenças (modificando cores de botões ou títulos, por exemplo), deixando que a inteligência artificial utilize os algoritmos para direcionar os visitantes à variante com maior possibilidade de conversão para cada um deles.
Em todos os casos, o segredo está na análise dos dados e na resposta imediata das empresas a esses resultados, já que o principal objetivo da inteligência artificial no marketing e na publicidade é a otimização da conversão. As pessoas tendem a se engajar muito mais com marcas que são capazes de agir em tempo real e personalizar sua comunicação (por meio de um targeting contextual e comportamental). Nesse sentido, tecnologias que utilizam AI têm se tornado imprescindíveis.
Como a AI está mudando a publicidade
Nos últimos anos, vivenciamos um vertiginoso processo de digitalização. O mercado publicitário precisa acompanhar essa evolução. É um contexto tecnológico que demanda mudanças e atualizações, mas que abre diversas oportunidades para profissionais do marketing e da publicidade. Algumas das tendências que veremos, de forma cada vez mais acelerada, incluem:
Personalização – O uso de dados do consumidor pode aumentar a relevância de um anúncio para seu público pretendido. Informações demográficas, interesses, intenções de compra e padrões de comportamento permitem a personalização da publicidade, que leva a melhores experiências de consumo.
Segmentação – Os públicos de determinado produto podem ser segmentados antes da entrega dos anúncios. A inteligência artificial encontra padrões com base no comportamento dos clientes e na ressonância das comunicações da marca, permitindo decisões bem informadas sobre o tipo de conteúdo que cada nicho realmente deseja receber e aumentando o engajamento.
Melhor conversão – Segundo o estudo Enterprise Technology Trends, da Salesforce Research, a publicidade criada através de AI converte melhor. Os anunciantes podem analisar as campanhas passadas e suas performances, usando a inteligência artificial, para garantir que o orçamento não será gasto em anúncios com baixa taxa de conversão. A tecnologia pode ir além dos tradicionais testes A/B, fazendo previsões fundamentadas em dados sobre como as comunicações que serão recebidas pelos consumidores.
Personalização – Mesmo com as novas regulamentações no que diz respeito à privacidade dos dados das pessoas (no Brasil, a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados foi aprovada e está sendo implementada), a inteligência artificial ainda é capaz de reconhecer padrões, sem precisar recorrer aos famigerados cookies ou utilizar dados relacionados à identidade dos usuários.
Tecnologia criativa – A inteligência artificial é um dos maiores exemplos de criatividade instrumentalizada, já que suas aplicações são extremamente dinâmicas e voltadas aos mais diversos cenários. É uma tecnologia que usa dados para acelerar estratégias, incorporando conhecimentos através de experimentações e análises.
Esses são os primeiros passos rumo a um futuro cada vez mais assertivo, no que diz respeito à comunicação. A inteligência artificial ainda está começando a ser explorada, em todo o seu potencial, seja no campo da publicidade como em vários outros, mas possivelmente terá um impacto duradouro na economia global e na forma como percebemos (e recebemos) anúncios de marcas e empresas. Afinal, para criar experiências envolventes e memoráveis, que realmente surpreendam as pessoas, é preciso recorrer a novas ferramentas.
