A pergunta que não quer calar, em um mundo hiperconectado: onde os comunicadores dos dias de hoje podem buscar sua inspiração?
Muitas das maiores descobertas e realizações da história da humanidade foram fruto de inspiração. Sem esse aspecto catalisador, que impulsiona o processo criativo, não haveria autenticidade no resultado final e ficaria faltando aquele “algo a mais” para conectar o produto (seja ele comercial, intelectual ou cultural) com seu público.
Criadores de conteúdo, em geral, têm a difícil tarefa de imaginar um conceito e transformá-lo em algo concreto e que possa ser utilizado, eliminando o que não funciona e trabalhando na ideia até chegar à peça final (no caso do marketing e da publicidade, pode ser uma campanha, uma imagem, um texto, um filme etc.). No entanto, sem o conceito original, não há nada.
Some-se a isso uma realidade na qual somos bombardeados por todo tipo de informação e conteúdo, 24 horas por dia, o que tende a diminuir nosso foco e atrapalhar o surgimento de ideias originais. Como fazer com que a tão desejada inspiração apareça?
- Encontre boas referências.
Visitar sites que publicam conteúdo que você aprecia é o primeiro passo para se inspirar. Seja conteúdo visual, em plataformas como Pinterest, ou editorial, em portais de notícias, por exemplo, conferir fontes confiáveis de informação e inspiração deve se tornar um hábito diário. Na dúvida, acesse os sites que estão fazendo sucesso, na área de seu interesse. Mas não se limite ao que já conhece: busque sempre explorar novas fontes, clicando em comentários ou links relacionados. Conversar com colegas também pode ser extremamente útil, para aprender e ampliar seus horizontes. O mesmo vale para viagens e eventos profissionais: tudo é uma forma de aumentar e enriquecer seu repertório.
- Ressonância emocional.
Primeiramente, analise e entenda o que faz você perder o fôlego, o que faz seu coração bater mais forte: que tipo de conteúdo criativo (fotos, vídeos, músicas, podcasts, livros, revistas, filmes, obras de arte, até mesmo campanhas publicitárias de marcas inspiradoras) tem o poder de fazer com que você tenha vontade de criar também? Existe algum padrão ou semelhança entre os conteúdos que você mais ama? Qual o elemento-surpresa dessas obras que as torna atraentes aos seus olhos? Como é o processo de criação dos artistas que você admira? Você consegue seguir os passos deles, utilizando as mesmas técnicas e estratégias? Agora é sua vez: tente adaptar ou recriar esses elementos em seu próprio trabalho.
- As ideias podem ser transformadas.
Não tenha medo de ousar e não se deixe vencer pelo cansaço na hora de explorar novas possibilidades. Se você encontrou sua ideia, vire-a do avesso, para que ela se torne ainda melhor. Também é possível combinar ideias diferentes, criando um conteúdo novo a partir disso. Pode parecer contraintuitivo mexer muito em uma ideia que você sofreu para ter, mas a inspiração sozinha não faz milagres: para construir algo extraordinário e que cause impacto, é preciso trabalhar muito. Nunca se contente com a primeira versão.
- Mantenha o foco.
Essa é uma das dicas mais difíceis de seguir, nos dias de hoje. No entanto, o foco é essencial para a inspiração agir. Passar horas observando as mais diversas referências e deixar os pensamentos fluírem livremente é maravilhoso, mas quando dividimos nossa atenção em mil coisas diferentes não há produtividade que sobreviva. Para facilitar a concentração e, consequentemente, deixar vir a inspiração, vale a pena:
- Criar um ambiente de trabalho agradável, sem muitos barulhos ou distrações;
- Desistir de tentar ser uma pessoa multitarefas e fazer uma coisa (bem feita) de cada vez;
- Não se permitir clicar em links aleatórios e desligar as notificações do celular.
- Concentrar-se primeiro nas ideias com maior potencial e deixar as menos desenvolvidas para mais tarde.
“Cada ideia pela qual nos apaixonamos é um presente”, disse David Lynch, sobre a inspiração. Mas as ideias são orgânicas, elas precisam de espaço para respirar. Se você está se sentindo sem inspiração, dar um tempo e ir fazer outra coisa (preferencialmente, algo que exija atenção plena, mas que não envolva esforço intelectual – como uma atividade física) também pode ajudar. O importante é lembrar, sempre, que você é dono do seu processo criativo.