A valorização do potencial humano e o respeito às diferenças são um importante diferencial em qualquer empresa

 

Uma das grandes questões, nos dias de hoje, é a capacidade de lidar com as diferenças. No ambiente de trabalho, são as competências individuais das pessoas que, ao se complementarem, fazem com que as equipes sejam bem-sucedidas. Em qualquer área de atuação, valorizar o potencial humano dos profissionais é uma forma de se destacar em meio à crescente digitalização e automatização dos processos.

Integrar pessoas diversas, tirando o melhor das características únicas de cada colaborador, tem sido uma das estratégias da Vati para se adaptar ao mercado em transformação. Um exemplo disso, de acordo com Leandro Burti, fundador e CCO (Chief Culture Officer), é a própria cultura organizacional – que busca transformar a cadeira do gestor em um sofá, no qual todos possam se sentar e participar das decisões.

Para Marcel Crespin, diretor de novos negócios da Vati, lidar com pessoas dispostas a ouvir opiniões discordantes é fundamental. “Seria impossível esse tipo de relação acontecer em um lugar que não tivesse uma gestão como a nossa. Se eu me sinto à vontade para colocar o ‘dedo na ferida’ e apontar o que precisa ser mudado, é porque a empresa permitiu, ou até mesmo pediu que eu fizesse isso”, conta.

Conforme explica Leandro, as evoluções da Vati e sua diferenciação no mercado se devem, em grande parte, a uma abertura para o novo, para a opinião do outro. “As trocas são muito ricas e a empresa se renova com os colaboradores que vêm de fora. É importante aceitar que alguém que mal chegou possa fazer uma revolução e transitar de um lado a outro, com pessoas diferentes, mas que estão todas no mesmo barco. “, diz “Primeiro vem o respeito e depois o respeito”, ressalta.

Para o CCO da Vati, essa cultura de compartilhamento de ideias só pode dar certo se houver uma complementaridade entre a atitude e o pensamento. “É difícil, para o empresário, ser tão elástico. Por outro lado, ele precisa apoiar as iniciativas de sua equipe, se propor a ouvir e arriscar, mesmo sabendo que as ideias podem dar errado. Às vezes, tenho que abrir mão de convicções. Estamos dispostos a conviver em um ambiente que não seja default, engessado. Se fizermos algo errado, também podemos resolver. A proposta é dar asas para a pessoa voar, mas se ela perder a sustentação no meio do voo, estaremos ali para segurar.”

Leandro conta que, às vezes, os novos colaboradores se surpreendem com o fato de poderem errar. “Somos treinados para acertar. É o que todo mundo quer. Mas quem não erra não arrisca”, diz. Nesse sentido, a Vati trouxe para a equipe, em uma de suas lives mais recentes, uma palestra com o tema A coragem de ser imperfeito. “Temos essa liberdade de reconhecer que erramos e isso não é visto como um peso. Os gestores respeitam nossos limites. Essa é a essência da empresa: ser humano”, acrescenta Carla Dutra, gerente administrativa e financeira.

De acordo com Marcel, a live sobre aceitar as imperfeições gerou provocações e discussões. “A psicóloga trouxe o exemplo de uma empresa que distribuiu para os funcionários, em uma convenção, um chaveiro com os dizeres: ‘Acerte de primeira’. Isso é assustador”, comenta o diretor de novos negócios. “Como assim, não há qualquer margem para erros? A pessoa nem tenta para não errar. Afinal, quem não tenta não erra, mas também não acerta.”

Além de aprender a lidar com as falhas, é preciso evoluir com as situações. “Em geral, temos mais facilidade para entender e perdoar os erros dos outros do que os nossos próprios. É complexo admitir que você errou, mas isso está relacionado ao medo de mudar”, afirma Marcel. “Quando vejo algo que poderia ser melhorado e ouço: ‘Ah, mas isso sempre foi assim’, minha resposta imediata é: ‘Que bom, porque agora podemos fazer diferente’. Se já tivéssemos tentado de todos as maneiras e nada desse certo, aí, sim, teríamos motivos para preocupação. Na Vati, podemos desconstruir o ‘sempre foi assim’, construindo algo novo a partir dos inputs das pessoas. A grande beleza de trazer alguém novo é considerar as experiências dele, não o colocar em uma camisa de força.”

Quando a cultura de uma empresa considera cada colaborador como uma pessoa e não como um número ou um crachá, essa mentalidade acaba se estendendo às mais diversas circunstâncias. Carla recorda que, antes da pandemia, praticamente em todas as sextas-feiras a equipe realizava um  happy hour. “A gente criava eventos. Uma vez por ano, passávamos um sábado juntos, em um grande encontro, com uma série de atividades, palestras, dinâmicas. Era algo que engajava muito as pessoas”, salienta. “No Halloween, fazíamos uma festa dentro do escritório, na Páscoa também. No Carnaval, chegamos a levar passistas para a Vati. Sempre gostamos de celebrar.”

 

Integração no isolamento

Quando o trabalho migrou para o home office, os colaboradores sentiram falta desse contato. Justamente no momento em que estavam sendo desenvolvidas ações intensas de integração entre as equipes, tudo mudou de forma repentina. “Com cada pessoa sozinha em sua casa, conectada aos outros por meio de uma tela, perdemos um pouco da essência da empresa. Então, iniciamos os happy hours virtuais. Contratamos um cantor e, na última sexta-feira do mês, fazíamos uma live para todo mundo”, lembra a gerente. “Quando sentimos que as pessoas estavam um pouco deprimidas, disponibilizamos dois psicólogos, que atendiam todos os colaboradores que tivessem interesse.”

Outra dinâmica criada foi a dos cafés virtuais. “A primeira rodada de cafés que fizemos foi individual: eu e o gerente do RH com um colaborador”, explica Carla. “Conversamos com todos os funcionários da empresa, separadamente, para que eles soubessem que existia um canal aberto e para que tivéssemos um termômetro do fluxo de informações da empresa. Primeiro, tentamos entender o lado pessoal de cada um, o momento que estava vivendo. Também nos preocupamos em saber como eles enxergavam a transparência da Vati e como estava o relacionamento com seu gestor.”

Segundo Carla, quando o trabalho é presencial, no escritório, de algum modo a informação acaba chegando aos colaboradores. No contexto do isolamento social, o desafio foi não perder a cultura da empresa. “Na segunda etapa dos cafés, optamos por trazer duas pessoas de departamentos distintos, preferencialmente que não se conhecessem, para criar um entrosamento entre elas e avaliar as respostas que viriam, de áreas tão diferentes. Fizemos perguntas relacionadas às perspectivas delas no trabalho para entender se nossa comunicação continuava fazendo sentido”, relata a gerente.

O passo seguinte, conforme explica Carla, foi realizar um trabalho de treinamento com os gestores para que eles pudessem replicar o conceito da “cadeira como um sofá” com as suas equipes. “Isso diz respeito ao entendimento dos sentimentos das pessoas sobre como podemos criar processos e melhorias para a empresa, mas contando com o engajamento de todos. Por isso, também envolvemos os gestores nas escolhas das ações. Perguntamos o que era importante para a equipe dele e que temas poderíamos trazer. O que mudou e está muito forte, na minha visão, é a questão do compartilhamento. Nós, gestores, estamos aprendendo a trazer o outro e falar: “Vamos mudar juntos”? Nesse aspecto, amadurecemos muito nos últimos anos”, afirma ela.

Depois da rodada dos cafés, a Vati pretende iniciar uma nova etapa de reuniões em grupo, em que a proximidade seja ainda maior. “Estamos estudando a criação de salas de bate-papo, nas quais as pessoas tenham a possibilidade de falar sobre tudo, simplesmente trocar ideias, enquanto não pudermos retomar as atividades presenciais. Também fizemos uma pesquisa, há pouco tempo, perguntando como está a vacinação dos colaboradores para que possamos traçar nossas estratégias de retorno com segurança”, observa Carla. De acordo com a gerente, provavelmente a empresa não deve voltar ao escritório em sua totalidade, porém a vontade da equipe é de poder se reencontrar presencialmente em um futuro não muito distante.

Segundo Carla, outra iniciativa importante para manter a integração na Vati durante esse período de transição foi a contratação de uma plataforma de engajamento de colaboradores. “A ferramenta acaba cumprindo o papel de uma rede social, em que as pessoas postam suas conquistas no trabalho e coisas pessoais, como fotos ou dicas para os colegas. De alguma maneira, isso criou um elo entre todos”, destaca. Para os colaboradores, não é como entrar em uma rede social com centenas de pessoas, dos mais diferentes círculos de amizade; trata-se de uma plataforma que fala sobre o dia a dia da sua equipe.

“A ferramenta tem um modo de humor, no qual as pessoas colocam como estão se sentindo, e sempre tentamos falar com quem não está bem”, completa Carla. “Faz parte da nossa cultura ajudar os outros. Também pretendemos soltar na ferramenta um programa de desenvolvimento individual, justamente para entender como podemos fazer com que cada colaborador esteja melhor ao sair daqui. Queremos saber quais são suas inspirações e aspirações, realmente compreender como esse profissional pode se aprimorar. Esta é a missão da Vati: a evolução das pessoas.”